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Segunda, 26 Março 2018 15:00

Problemas causados pelo uso do piercing.

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Os piercings são muito famosos no meio jovem, o que muitos não sabem é que esse acessório aparentemente inofencivo pode gerar graves complicações, mesmo quando colocados seguindo as normas de higiene.

O uso de piercing nos lugares mais inusitados é muito atraente para a maioria dos jovens. A língua é uma das partes escolhidas pelos mais ousados e que desejam chocar os colegas e os pais. Mas a brincadeira pode custar caro, ameaçando as funções do músculo (tanto na deglutição quando na fala).

Se levarmos em consideração que a língua é formada por um músculo, com nervos e vasos sanguíneos, torna-se óbvio que a sua perfuração trará conseqüências ao indivíduo. Sendo a cavidade bucal um ambiente úmido, com temperatura relativamente constante e que abriga mais de 300 espécies de bactérias, fungos e vírus, o resultado de qualquer ferida mais profunda será agravado por essas condições.

Os principais problemas causados pelo piercing na língua:

- Fratura dental

- Retração e destruição gengival

- Úlcera traumática: lesão dolorosa que tem como principal exemplo a afta

- Granuloma piogênico: tumor vascular benigno que sangra facilmente

- Leucoplasia: mancha ou placa esbranquiçada aderida à superfície da língua, potencialmente cancerizável

- Papiloma: tumor epitelial benigno na forma de verruga

- Displasia epitelial: alteração da camada que recobre a língua

- Fibroma: tumor benigno do tecido conjuntivo

Além disso, muito se fala do potencial carcinogênico do trauma na mucosa bucal. Já se sabe que o câncer bucal é uma doença multifatorial e que o trauma está presente em vários casos. Portanto, não se pode descartar nem afirmar a existência dessa associação. Vale lembrar que hábitos nocivos, como o uso de álcool e fumo, aumentam a incidência desses malefícios.

É importante salientar que essas conseqüências independem das condições de higiene em que são colocados os piercings. Elas podem ocorrer mesmo que os piercings sejam colocados em locais que seguem rigorosas normas sanitárias. Portanto, os jovens devem ser orientados no sentido de não utilizarem esse adorno em razão de suas implicações já conhecidas.

Pesquisas

Pesquisa inédita, realizada pelo Prof. Dr. Artur Cerri (Especialista, Mestre e Doutor em Estomatologia pela USP, Professor Titular da Disciplina de Estomatologia da Unisa) e Prof. Dr. Carlos Eduardo Xavier dos Santos Ribeiro da Silva, Especialista e Mestre em Estomatologia, Doutor pelo Departamento de ORL/CCP da Unifesp, Professor Doutor das Disciplinas de Estomatologia e Pacientes Especiais da Unisa), publicada na REVISTA DA ASSOCIAÇÃO PAULISTA DE CIRURGIÕES DENTISTAS 2008; 62(6):438-43, alerta para necessidade do cirurgião-dentista orientar seus pacientes e a comunidade a que pertence sobre os malefícios causados pela utilização de piercing na boca.

Os resultados obtidos na pesquisa demonstram que 100% dos pacientes possuem alguma alteração tecidual na região de inserção do piercing. Essas alterações vão desde um simples processo inflamatório crônico inespecífico, sem maiores conseqüências aparentes, até casos de lesões consideradas cancerizáveis como a leucoplasia e displasia epitelial.

Na revisão da literatura, encontramos casos de fraturas dentais causadas pelo uso de piercing na cavidade oral, retrações e destruição gengival, um caso clínico de endocardite Bacteriana, casos de hemorragia de grandes proporções causada pela colocação de piercing na língua, além de dor, perda de paladar, inchaço, acúmulo de cálculo dental e dificuldades na fonação e secreção purulenta.

Martinello & Cooney (2003) relatam o caso de um paciente que foi a óbito por abscesso cerebral quatro semanas após a colocação de um piercing na língua, cuja cultura comprovava a provável origem oral da colonização bacteriana.

O presente estudo permitiu as seguintes conclusões:

- Todos os pacientes estudados apresentaram algum tipo de alteração tecidual na área de inserção do piercing na língua;

- O Processo Inflamatório inespecífico foi a alteração mais prevalente com 55% de casos;

- A leucoplasia, com 5% dos casos, comprometeu 2% dos pacientes fumantes e 3% entre os pacientes que fumavam e ingeriam bebidas alcoólicas;

- A Hiperplasia Fibro-Epitelial foi a segunda alteração mais prevalente com 19% dos casos;

- Os pacientes que fumavam e ingeriam bebida alcoólica apresentaram o maior número de alterações.

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